Casa 22: Santos (a casa definitiva)
Desde a primeira vez que vi o mar, quando eu já estava quase entrando na adolescência, tive o sonho de morar perto dele. Talvez tenha sido por isso que o quadro "Rooms by the sea", do Edward Hopper, tenha sempre me impressionado tanto. Essa vontade me levou a prometer a mim mesma que, quando me aposentasse, iria morar junto do mar. Mas nunca sonhei com uma casinha numa aldeia de pescadores, meu imaginário sempre foi mais urbano: queria um apartamento numa grande cidade, junto do mar e, de preferência, perto de São Paulo. Assim, Santos foi praticamente uma escolha inevitável. Ao contrário de muita gente, eu só conheci Santos depois de adulta. Minhas férias na praia, quando criança, dividiam-se entre Peruíbe e Iguape. Meu pai não gostava de cidades grandes. Uma vez, logo que comprou seu primeiro carro, ele tentou nos levar a Santos, mas desistiu ao chegar em São Paulo. Frustração! Por causa dessa ausência de vínculos familiares ou históricos com a cidade, muita gente estranha ...