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Mostrando postagens de agosto, 2015

Bibi e eu

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Acho que já contei em algum post que me orgulho de uma escolha que fiz aos 18 anos. Foi assim. Quando fui para São Paulo pela primeira vez (eu sempre vivi no interior), em 1977, com o time de basquete da minha escola, nossa técnica perguntou que passeio gostaríamos de fazer na cidade. Eu imediatamente disse que queria assistir à montagem de "Gota d'água", com Bibi Ferreira, que estava acontecendo no Teatro São Pedro Aquarius. Assim, numa das noites livres que tínhamos durante o campeonato, lá fomos nós ver a peça: a técnica, duas amigas do time e eu. Foi assim que pela primeira vez vi Bibi no palco, no papel de Joana: Eu nunca me esqueci daquelas cenas. Já tinha lido o livro e depois, no teatro, comprei uma fita cassete (sim, sou velha) com as canções da peça. Gastei a fita de tanto ouvir. Ainda hoje sei de cor certos trechos e, se quiser, sou capaz de fechar os olhos e ainda ouvir Bibi cantando "Basta um dia" naquele palco. Mais tarde, em meados dos anos 80, f

Uma história de metrô

Sábado à noite, quase meia-noite, estação Consolação do metrô. Na plataforma, duas garotas jovens trocam carinhos enquanto esperam o trem, logo no ponto da primeira porta do vagão. Na altura da segunda porta, estávamos, Carmem e eu, com uma amiga, voltando de um show de Chico César. O trem chegou, embarcamos e aí começamos a ouvir a voz alta de um homem - que havia entrado pela terceira porta - dizendo que considerava aquilo uma falta de respeito, que podiam chamá-lo de homofóbico, pois ele não se importava. Falava pra todos ouvirem que algum dia ia fazer uma besteira, mesmo que fosse preso, porque aquilo era um absurdo. E ele olhava diretamente para as duas meninas que, de costas pra ele, continuavam abraçadas, namorando, sem se dar conta de que o motivo da raiva dele era o afeto entre elas. O homem estava alterado, talvez um pouco bêbado, e a mulher que estava com ele tentava acalmá-lo, mas não adiantava muito: o cara estava profundamente irritado. Nós três ficamos preocupadas com a