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Mostrando postagens de outubro, 2013

Cecília e eu - parte 4

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Eu sei que talvez esteja me demorando demais na descrição de minhas andanças pela casa do Cosme Velho com Maria Mathilde, mas queria mesmo contar com detalhes, pois foi uma experiência marcante na minha história com Cecília. Para não cansar quem até agora não desistiu de acompanhar a série de posts, vou tentar resumir um pouco... Digo apenas que percorri a casa toda com minha anfitriã. E pude conhecer até mesmo os azulejos onde Cecília um dia tirou essa foto: Mas o mais emocionante mesmo foi chegar ao segundo andar, onde se encontrava a biblioteca de Cecília, ver seus livros ali nas estantes e poder até mesmo tocar a mesa em que ela trabalhou durante tanto tempo: Ao que parecia, Maria Mathilde procurava manter o escritório bastante preservado, de modo que parecia que Cecília poderia voltar a qualquer momento e retomar seus escritos. Como disse, foi uma experiência marcante na minha vida. Saí de lá levando muitas edições de livros de Cecília, recebidas como presente de Mathilde. Minha c

Cecília e eu - parte 4

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Eu sei que talvez esteja me demorando demais na descrição de minhas andanças pela casado Cosme Velho com Maria Mathilde, mas queria mesmo contar com detalhes, pois foi uma experiência marcante na minha história com Cecília. Para não cansar quem até agora não desistiu de acompanhar a série de posts, vou tentar resumir um pouco... Digo apenas que percorri a casa toda com minha anfitriã. E pude conhecer até mesmo os azulejos onde Cecília um dia tirou essa foto: Mas o mais emocionante mesmo foi chegar ao segundo andar, onde se encontrava a biblioteca de Cecília, ver seus livros ali nas estantes e poder até mesmo tocar a mesa em que ela trabalhou durante tanto tempo: Ao que parecia, Maria Mathilde procurava manter o escritório bastante preservado, de modo que parecia que Cecília poderia voltar a qualquer momento e retomar seus escritos. Como disse, foi uma experiência marcante na minha vida. Saí de lá levando muitas edições de livros de Cecília, recebidas como presente de Mathi

Cecília e eu - parte 3

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Eu tinha, na postagem anterior, contado como foi subir os degraus do jardim daquela casa mágica no Cosme Velho com palavras de Cecília ecoando na minha cabeça. Pois bem, assim que chegamos à varanda da casa, Maria Mathilde começou uma espécie de jogo comigo, que se tornou um hábito entre nós. De repente ela apontava para algum objeto e me perguntava se eu o reconhecia. Eram sempre aqueles que de alguma maneira tinham sido referenciados nos textos de Cecília. Ela me testava, eu sabia. Mas eu adorava , porque assim ia conhecendo ao vivo o universo em que viveu Cecília. Um dos primeiros objetos escolhidos para o teste foi um espelho oval, cujo desenho foi usado por Cecília num poema-errata, em que pedia desculpas por um deslize ortográfico. Depois, mostrou-me a estátua da primavera que aparece no poema "Leilão de jardim", do livro Ou isto ou aquilo : "Quem me compra este caracol? / Quem me compra um raio de sol? / Um lagarto entre o muro e a hera, / uma estátua da Primavera

Cecília e eu - parte 3

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Eu tinha, na postagem anterior, contado como foi subir os degraus do jardim daquela casa mágica no Cosme Velho com palavras de Cecília ecoando na minha cabeça. Pois bem, assim que chegamos à varanda da casa, Maria Mathilde começou uma espécie de jogo comigo, que se tornou um hábito entre nós. De repente ela apontava para algum objeto e me perguntava se eu o reconhecia. Eram sempre aqueles que de alguma maneira tinham sido referenciados nos textos de Cecília. Ela me testava, eu sabia. Mas eu adorava , porque assim ia conhecendo ao vivo o universo em que viveu Cecília. Um dos primeiros objetos escolhidos para o teste foi um espelho oval, cujo desenho foi usado por Cecília num poema-errata, em que pedia desculpas por um deslize ortográfico. Depois, mostrou-me a estátua da primavera que aparece no poema "Leilão de jardim", do livro Ou isto ou aquilo : "Quem me compra este caracol? / Quem me compra um raio de sol? / Um lagarto entre o muro e a hera, / uma estátua da Primav

Cecília e eu - parte 2

Pronto, vamos continuar mais um pouco a história... Estávamos em 1977, não é? Naquele ano, eu prestei vestibular para aquela que seria a primeira turma de Letras da Unicamp. Mas antes de sair o resultado, fui visitar minha prima que estava morando no Rio de Janeiro. Lá, eu tinha um plano secreto: tentar encontrar as filhas de Cecília. Eu tinha escrito para algumas editoras, tentando contato com a família e também com alguns estudiosos da obra de Cecília. Eu era atrevida e assim já tinha descoberto que a segunda filha da poetisa, Maria Mathilde, morava então no mesmo endereço do Cosme Velho onde a minha escritora querida tinha passado as últimas décadas de sua vida. Os mais novos não devem saber, mas os mais velhos certamente se lembrarão de que nessa época, eram raros os telefones - fixos, claro - que funcionavam, no Rio. Tentei ligar, mas não consegui. Assim - eu era atrevida, lembram? - peguei um ônibus e me abalei para o Cosme Velho, sem ter a menor ideia de onde ficava a Rua Smith

Cecília e eu - parte 2

Pronto, vamos continuar mais um pouco a história... Estávamos em 1977, não é? Naquele ano, eu prestei vestibular para aquela que seria a primeira turma de Letras da Unicamp. Mas antes de sair o resultado, fui visitar minha prima que estava morando no Rio de Janeiro. Lá, eu tinha um plano secreto: tentar encontrar as filhas de Cecília. Eu tinha escrito para algumas editoras, tentando contato com a família e também com alguns estudiosos da obra de Cecília. Eu era atrevida e assim já tinha descoberto que a segunda filha da poetisa, Maria Mathilde, morava então no mesmo endereço do Cosme Velho onde a minha escritora querida tinha passado as últimas décadas de sua vida. Os mais novos não devem saber, mas os mais velhos certamente se lembrarão de que nessa época, eram raros os telefones - fixos, claro - que funcionavam, no Rio. Tentei ligar, mas não consegui. Assim - eu era atrevida, lembram? - peguei um ônibus e me abalei para o Cosme Velho, sem ter a menor ideia de onde ficava a Rua

Cecília e eu - parte 1

Decidi começar a contar aqui a longa história que me liga à obra de Cecília Meireles e - por que não? - até mesmo à pessoa da poetisa, embora eu nunca a tenha conhecido pessoalmente. Terei de escrever vários posts para isso, pois tudo começou há 37 anos. E não acabou ainda... Em 1976, eu era uma adolescente típica, cheia de crises, sem ainda ter sequer escolhido a carreira que gostaria de seguir, mesmo estando já no penúltimo ano daquilo que chamávamos de colegial. Gostava de música, gostava de literatura e foi assim que um dia, tendo ouvido falar que a letra de "Os inconfidentes", de Chico Buarque, fora tirada de um poema de Cecília Meireles, fui à biblioteca da escola para encontrar a  fonte. Conhecia Cecília dos poemas infantis, das crônicas que apareciam nos livros didáticos. Mas nem sequer sabia que ela tinha um livro chamado Romanceiro da Inconfidência . Por isso, pedi à bibliotecária a Obra poética de Cecília Meireles, pensando que não seria difícil encontrar a origem

Cecília e eu - parte 1

Decidi começar a contar aqui a longa história que me liga à obra de Cecília Meireles e - por que não? - até mesmo à pessoa da poetisa, embora eu nunca a tenha conhecido pessoalmente. Terei de escrever vários posts para isso, pois tudo começou há 37 anos. E não acabou ainda... Em 1976, eu era uma adolescente típica, cheia de crises, sem ainda ter sequer escolhido a carreira que gostaria de seguir, mesmo estando já no penúltimo ano daquilo que chamávamos de colegial. Gostava de música, gostava de literatura e foi assim que um dia, tendo ouvido falar que a letra de "Os inconfidentes", de Chico Buarque, fora tirada de um poema de Cecília Meireles, fui à biblioteca da escola para encontrar a  fonte. Conhecia Cecília dos poemas infantis, das crônicas que apareciam nos livros didáticos. Mas nem sequer sabia que ela tinha um livro chamado Romanceiro da Inconfidência . Por isso, pedi à bibliotecária a Obra poética de Cecília Meireles, pensando que não seria difícil encontrar a ori

Do alto

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No sábado fui ao topo do hotel Mercure. É linda a vista de Santos a partir da área da piscina. Fiz uma foto panorâmica pra dar uma ideia do cenário. Vale a visita.