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Mostrando postagens de junho, 2016

Atacado ou varejo?

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Na madrugada de ontem, 12 de junho, 50 pessoas foram mortas por fuzilamento numa casa noturna em Orlando. Era uma boate gay, final da noite de temática latina, e quando todos tomavam a saideira, um homem entrou e começou a atirar. Só parou quando foi morto pela polícia, depois de matar 49 e ferir 53 dos presentes ali. Mais tarde, o pai do matador disse à polícia que tudo havia começado em abril, quando Omar Mateen teria ficado muito irritado ao ver dois homens se beijando num aeroporto. Embora o EI tenha aproveitado a chance para assumir a autoria do atentado, não há evidências até aqui de que o assassino tenha agido por qualquer outra razão além de sua própria homofobia. Em pleno domingo de dia dos namorados no Brasil, amanhecemos com essa notícia terrível. Muita gente se manifestou, com razão, lamentando o ocorrido. Revolta, tristeza, solidariedade foram os sentimentos mais constantes entre os meus amigos e conhecidos nas redes sociais (e eu me incluo). Mas eu gostaria de levar a dis

Sobre limites e respeito

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Dia desses, conversando com uma amiga, falávamos de como é difícil reconhecer nossos próprios limites de aceitação da diferença. Ela, também homossexual e mais ou menos da minha idade, contava que teve algum contato com praticantes do poliamor e, diante deles, chegou à conclusão de que não era capaz de entender como era possível viver uma relação amorosa assim, com tantas pessoas ao mesmo tempo. Segundo ela, ao constatar esse seu bloqueio, lembrou-se de seu pai, que não era capaz de entender o amor entre pessoas do mesmo sexo, e se sentiu retrógrada como ele. Diante disso, eu (que, aliás, também tenho sentimentos semelhantes em relação ao poliamor) pensei que todos nós temos algum limite de compreensão da diferença, é praticamente inevitável. O que fazer então? Em primeiro lugar, acho que devemos assumir que temos, sim, um limite e que não necessariamente temos de lutar contra ele. O que não podemos, eu penso, é considerar tudo que está para além desse marco como ilegítimo, intolerável