Minha cidade natal
Quando eu era adolescente, fiz certa vez um poema-piada com a cidade onde nasci, chamada Socorro: "Só corro / da minha cidade natal". A piada serviu mais para provocar meu pai que, como eu, tinha nascido ali. Mas, ao contrário dele, eu praticamente não morei lá, já que meus pais se mudaram da cidade quando eu ainda era bebê. Quando meu pai se aposentou, minha mãe e ele foram moram lá, de novo. Minha mãe, hoje viúva, continua na mesma casa onde meu pai nasceu, uma daquelas casas antigas, com as janelas dos quartos praticamente na calçada. Quando vou visitar minha mãe, acho que fica mais claro porque criei esta Psiulândia: acho que não há lugar mais barulhento na face da terra do que Socorro. Mas devo confessar que Socorro se supera a cada visita. Para provar, conto algumas ocorrências deste último fim de semana. Cheguei lá na hora do almoço, no sábado. Logo no início da tarde, minha mãe e eu fomos surpreendidas com a passagem de um gigantesco trio elétrico na frente de casa. O...