A vez da petizada
Petizada, para os mais novos que podem não conhecê-la, é uma palavra meio em desuso que designa um coletivo de crianças. Eu gosto de palavas assim, meio anos 60, coisas de quem já está à beira do meio século de vida... Mas o tema aqui não é o das palavras com teia de aranha e sim o do nível insuportável de barulho do mundo em que vivemos. E as crianças têm colaborado incansavelmente com ele, com a mais absoluta conivência e o mais despropositado incentivo dos pais. Eu entendo que crianças estão ainda experimentando as potencialidades do seu corpo e que para fazer isso precisam ser agitadas, barulhentas, com uma energia que nos parece inesgotável e que muitas vezes me cansa só de olhar. É preciso ter muita paciência com elas, e esta é a principal razão que me fez escolher não ter filhos. Mas eu entendo que a humanidade tem esse instinto de sobrevivência que se manifesta na vontade de procriar. Só não entendo por que as crianças devam crescer sem o estabelecimento de limites. Em casa, se...