Casa 8: Araçatuba (a casa do fim da rua)

Mais ou menos em 1976, meu pai decidiu finalmente fazer um financiamento e comprar um imóvel para nós morarmos. Acabamos nos mudando então para outra casa, na mesma rua, mais para o final, a uns 300 metros da casa anterior.

Em Araçatuba, muitas coisas que eram circunstanciais na minha vida acabaram se tornando mais incorporadas ao cotidiano. Por exemplo, o violão. Eu tinha começado a frequentar um grupo de jovens na igreja católica e a tocar violão na missa, incentivada inicialmente pela Elza, a nossa empregada. Fui me aperfeiçoando e acabei me tornando professora de violão, quando ainda adolescente. No início, dava aulas em casa, mas depois acabei conseguindo meu primeiro emprego num conservatório musical onde trabalhei por 2 anos.

Outra coisa que se tornou parte da minha vida em Araçatuba foi a bicicleta, que deixou de ser um hobby para praticamente virar meu meio de transporte. Ia à escola, ao trabalho, à igreja quase sempre pedalando.

Na escola, fiz bons amigos e me juntei ao time de basquete feminino. Nosso grupo era animado e, embora quase sempre perdêssemos, ganhamos muitas amizades.

A casa onde morávamos tinha um quarto nos fundos que era um ponto de reunião dos amigos: ali tocávamos violão, ouvíamos música, líamos, conversávamos. Era sempre um entra e sai de gente e eu adorava isso.

Grande parte da minha vida em Araçatuba tinha passado a girar em torno da música: tocava violão e guitarra, dava aulas no conservatório, comprava muitos lps e fitas cassete...

Mas foi também em Araçatuba, mais ou menos por essa época, que comecei a ler Cecília Meireles e a definir minha vida profissional, como já contei nos posts da série Cecília e eu (dá pra ler aqui).

Lá eu frequentei por alguns meses o cursinho, prestei vestibular e de lá saí para aquela que seria a minha primeira casa longe da família, em Campinas, assunto para o próximo post.

 

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(A segunda casa de Araçatuba, com meu irmão mais novo brincando num velotrol)

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