Casa 1: Socorro
Eu nasci em Socorro, mas morei lá apenas nos primeiros meses de vida. Não tenho lembranças, portanto, de uma casa onde eu tenha vivido naquela cidade. Mas me lembro bem, ali, da casa da minha avó paterna, Maria, onde passávamos sempre o Natal e parte das férias. Lá moravam, além da minha avó, meu avô e minha tia. Era uma casa antiga, em que meu pai tinha nascido, com um longo quintal, cheio de árvores frutíferas, que ia terminar, depois de passar pelo galinheiro da minha avó, no Rio do Peixe. Havia uma parreira, algumas laranjeiras, limoeiros, pitangueira, jambeiro, jabuticabeira, figueira, abacateiro. Por causa deste, inclusive, nós, crianças, éramos proibidas de ir ao pomar durante a temporada de frutas maduras, para evitar que fôssemos alvejadas por uma fruta madura na cabeça. Havia também um pé de cana e uma máquina de moer cana, na qual meu avô fazia garapa para nós. Sob a parreira, ficavam os ganchos da rede em que de vez em quando a gente se balançava loucamente. Ainda no quinta...