Um amor antigo e dois problemas novos

Eu adoro a Livraria Cultura do Conjunto Nacional por vários motivos. Sou cliente de lá desde muito antes de existir a atual livraria, que agora funciona onde era o Cine Astor.
O espaço era pequeno: é onde fica a atual seção de livros de arte. Sendo assim, não tinha café, não tinha banca de revista, não tinha teatro e quase não tinha cds e dvds. Também não existiam malucos com tacos de beisebol, e a gente rodava em torno daqueles balcões circulares, pra se inteirar dos lançamentos e levar uns livros novos pra casa. Nem o plano Mais Cultura existia, gente!
Daí, quando o Cine Astor fechou, fiquei triste, mas ao ver a nova Livraria Cultura ali naquele espaço, achei lindo e continuei frequentando o local, que eu adoro.
Mas vejam só: a mudança pode ter trazido muitas vantagens, mas trouxe também, para mim, dois problemas que até me tiram a vontade de circular por ali.
O primeiro deles é a quantidade de filantes de leitura de revistas que montam guarda ali no espaço da banca. Nos fins de semana é pior: quase é preciso pedir por favor pra conseguir pegar um exemplar de alguma revista, porque todo mundo fica ali em volta, lendo sem pagar. E depois, quando a gente consegue pegar a dita cuja, muitas vezes já vem bastante manuseada pelos frequentadores.
Tá, eu sou chata, mas isso já está avisado lá no cabeçalho do blog. Eu detesto ter de pedir licença a quem lê sem pagar pra poder pegar e pagar a minha revista sossegada!
O outro problema é o das mesas do café. É praticamente uma guerra conseguir um espaço ali. A gente tem de ficar na desagradável condição de tocaia de alguma mesa que a gente ache que vai vagar e praticamente se atirar em cima dela quando alguém se levanta. Hoje vivi uma situação esdrúxula: vi duas moças se levantando e fui até lá. Antes que eu me sentasse, ouvi de uma delas que elas resolveram levantar "pensando" naquele senhor que passara por ali à procura de uma mesa, então o lugar era dele - que já estava indo embora e voltou, diante desse "bom pensamento". E eu, que estava ali havia um tempão, fiquei a ver navios... Nunca tinha ouvido falar dessa modalidade de "levantar pensando" em alguém... Quer dizer que, se aquele cara não tivesse passado por ali, elas não se levantariam nunca?
Quando outra mesa vagou, vi uma funcionária do café dizer que estava reservando a mesma para uma senhora que estava comprando seu café. Como assim? Tem reserva de mesa e ninguém me contou?
Enfim, o café da livraria virou um exemplo enorme daquela frase que garante que o mundo é dos espertos e que é preciso saber levar vantagem em tudo.
Fiquei tão aborrecida que quase fui embora sem comprar meu livro e tomar meu café. Assim não dá, né?
Minhas sugestões, então.
Para o primeiro problema, basta deixar apenas um exemplar da revista à mostra e embalar os demais. Certamente isso reduziria o afluxo de filantes e garantiria aos compradores uma revista ainda não manuseada.
Quanto ao segundo problema, já passou da hora de o Viena, que administra o café, estabelecer uma senha por ordem de chegada, pra evitar aquele salve-se quem puder na hora de garantir uma mesa.
Fácil, né? Mas acho que infelizmente essas providências não serão tomadas tão cedo... Que pena!

Comentários

  1. Ana, endosso tudo que falou. Tá a maior dificuldade tomar um cafezinho na Livraria Cultura.

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  2. Argh!! Isso é sair de casa para se irritar. Já bastava o péssimo atendimento na Saraiva (passar raiva). A Cultura também está entrando nesse caminho tortuoso do descaso com a clientela fiel? Bom saber... O que será que é preciso para a funcionária reservar uma mesa para a cliente? Suborno? Belos olhos? Só brincando...

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  3. ana, me diga um lugar que não tenha fila em sp pelamordedeus! heheheh

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  4. No café da Livraria Cultura, Renato! As mesas são de quem for mais esperto e não de quem chegar antes!

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