Música compulsória
Há pessoas que nos marcam para sempre mesmo que a nossa relação jamais tenha sido minimamente consistente. Assim foi para mim o Marcelo, marido de uma amiga minha. Nós nos conhecemos muito rapidamente, há mais de 25 anos (ele até já morreu), mas uma de suas frases não me saiu nunca da cabeça. Marcelo odiava o que ele chamava de música compulsória. Elevadores, restaurantes, bares, consultórios. MPB, clássica, rock, pop, reggae, new age. Para ele era tudo igual: música que ele era obrigado a ouvir, sem direito de escolha. Eu tinha a metade da idade que tenho hoje, mas aquilo me marcou para sempre. E cada vez foi ficando mais claro pra mim como ele tinha razão. E cada vez que eu entro num lugar com música eu penso nele! Por que será que as pessoas sempre acham que é indispensável haver música em todos os ambientes? Eu, por mim, até nem acho tão ruim assim, se o gênero de música de agrada e se o volume é razoável e não impede o papo com os amigos. Mas ainda assim acho que poderia haver uma...