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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Casa 15: São Paulo (Liberdade)

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Como não dava mais pra ficar no apartamento da rua Cerro Corá, fomos em busca de outro lugar e, mais uma vez, aproveitamos um contrato de locação já existente: a tia de uma das tias de minha mãe tinha acabado de morrer, deixando um apartamento vago na avenida Liberdade, no mesmo prédio em que minha tia-avó morava. Para minha sorte, o prédio ficava exatamente em frente ao prédio da FMU em que eu trabalhava! Em São Paulo, poder ir trabalhar a pé, saindo de casa 5 minutos antes do horário de entrada! Era a glória da natureza! Era um apartamento velho, de um quarto, que tinha inclusive uma coluna que passava pelo meio da sala... Herdamos alguns móveis da falecida, entre eles uma cadeira Cimo que tenho ainda hoje. Vivi ali por 4 anos. Foi nesse espaço que consegui finalmente terminar e defender meu mestrado. Tenho uma foto dessa época, escrevendo sem parar:  (Meu cantinho de trabalho, na sala. A cortina feia foi herdada da falecida tia da minha tia) Nesse momento eu tinha substituído a velh

Casa 14: São Paulo (Alto da Lapa)

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Demorou pra acharmos um apartamento que servisse pra nós. Depois de rodar um monte de imobiliárias, finalmente encontramos um conveniente, na rua Cerro Corá. Era um prédio grande e novo. O apartamento era pequeno, mas tinha sua graça. Ficava num ponto alto da cidade e, da janela, olhando para a direita, eu via os carros e caminhões passando pela Marginal Tietê. Nessa época, tanto eu como minha colega de mestrado éramos bolsistas da Fapesp. A Fundação era ali perto, e eu me lembro de ir a pé levar os relatórios de atividade no mestrado. Era uma etapa difícil, em que eu tinha de fazer aquele amontoado de informações que consegui na pesquisa virar um texto útil e interessante. Quantas crises eu passei, sem conseguir escrever... Eu ainda morava ali quando, depois de encerrada a bolsa, comecei a dar aulas na FMU, na Avenida Liberdade. Acordava muito cedo, tomava um ônibus e um metrô e, às 7h30, já estava na sala de aula. Era sofrido, mas eu gostava da sensação de começar a exercer pra valer

Casa 13: São Paulo (Perdizes)

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Decidida a fixar-me em São Paulo, aproveitei o resto de um contrato de aluguel de uma amiga e fui morar num apartamento na Rua Professor João Arruda, em Perdizes. Eu tinha decidido que iria morar só, mas uma colega do mestrado precisava de um local para morar em São Paulo durante as pesquisas, então passamos a compartilhar aquele apartamento. Foram só 3 meses ali, acho que nem tenho fotos daqueles dias. A lembrança mais nítida que tenho foi a de ter visto, por uma das janelas, a fumaça de um dos dois incêndios que atingiram o TUCA, naquele ano de 1984. Provavelmente foi o segundo, ocorrido em dezembro. Eram ainda tempos muito bicudos. Grande parte do período em que ficamos naquele apartamento, andamos pelas imobiliárias da cidade, procurando um novo lugar para morar. Foi só já nos últimos dias daquele ano que conseguimos outro apartamento, no Alto da Lapa. Mas isso é assunto para outra postagem. (Eu nem me lembro qual era o número em que eu morava...)

Casa 12: Rio Claro (um intervalo familiar)

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Depois da fase de pesquisa de campo, eu precisava de um lugar calmo para redigir minha dissertação de mestrado. Não tinha mais meu quarto em Campinas, e então minha mãe me propôs que eu voltasse a morar com eles, em Rio Claro, onde residiam naquela ocasião. Ela me prometia um lugar tranquilo para trabalhar na redação da dissertação, e assim lá fui eu de volta para a casa da família. Os dias ali se passavam na calmaria das cidades do interior. Eu trabalhava no meu quarto, usando como escrivaninha a velha máquina de costura que tinha herdado de minha vó paterna. Acho que ela ficaria horrorizada ao ver a Singer fechada, com uma Olivetti Lettera 22 funcionando a todo vapor em cima dela... Nos intervalos da vontade de escrever, jogava Yam com minha mãe. Eram partidas e mais partidas, pra ver se a cabeça voltava a funcionar para a escrita. Durou pouco esse período: em outubro de 1984 eu decidi voltar para São Paulo e saí definitivamente da casa dos meus pais. Logo depois eles foram morar de

Casa 11: Rio de Janeiro

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Na etapa carioca da pesquisa do meu mestrado, passei alguns meses morando no Rio de Janeiro, num pensionato, na rua Artur Bernardes, no Catete. Quando fui para lá, mal conhecia  a cidade. Uma amiga da minha mãe indicou o pensionato e lá fui eu. Era um lugar feio, decadente. O proprietário era um senhor chamado Rocha, figura nada simpática. Eu ficava no quarto da frente, com outras 3 garotas. Minha cama era na parte de cima de um beliche. Embaixo da minha cama morava uma moça que saía para o trabalho muito cedo e usava um perfume forte e desagradável: era o meu despertador diário. As outras duas garotas eram mais simpáticas e ficamos amigas. Tenho contato ainda hoje com uma delas. Morar no Rio, para mim, era morar na cidade de Cecília Meireles. Eu andava por lá em busca do seu rastro. Conheci amigos dela, suas filhas e netos, a casa onde tinha vivido. Por causa de Cecília, eu deveria amar o Rio, mas eu não gostava de estar lá, sobretudo naquele lugar onde morava e naquele momento da min