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Mostrando postagens de junho, 2017

Cheiro de mexerica

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Dia desses comprei algumas mexericas. Estavam saborosas, suculentas, cheirosas. Enquanto comia uma delas, fiquei pensando bobagens: como era incrível poder ter ali na mão um gominho cheio de suco de tangerina, fresquinho, pronto pra ser consumido, sem grande dificuldade. Tá, eu sei que tem gente comprando mexerica já descascada, pra facilitar o serviço e evitar aquele cheiro característico que fica impregnado nas mãos quando as descascamos. Mas, para mim, o aroma do sumo nas mãos é parte da coleção de sensações que essa fruta me proporciona. O cheiro da casca, para mim, ativa sempre a lembrança do meu avô paterno. Explico. Esse meu avô, que tinha sido seleiro, era um homem calado, meio voltado pra dentro. Andava pela casa sempre cantarolando canções que ninguém conhecia. Aquele murmúrio de bocca chiusa era uma das marcas da sua presença. A outra era o cheiro do fumo de corda, que ele picava pacientemente nos dedos amarelados, antes de enrolar na palha o seu cigarrinho. Suas mãos sempre