tag:blogger.com,1999:blog-47104380441013842922024-03-05T17:04:35.158-03:00PsiulândiaAnahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.comBlogger295125tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-80163367058920399192022-04-14T16:17:00.002-03:002022-04-14T16:19:27.969-03:00Bem-vindos de volta!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCTOq2bcptxpi_GAgGSi8i0PJET-wsglpTYVa3OXr2tuT2qSh-qSU0ChPLpsr_xNB4OqMzcorA_-lBgi8HOfPdM53i_Nb9GScAcaucrIzgUJ_oowFiNPVz-UrQayCbXtDyqaaE3Q2kJnVZQqe3EHVAHZBa67X2ZmvUKCM7qv9xBCBIJlu8mbCx_ETtBQ/s3648/IMG_20220404_105057crop.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2736" data-original-width="3648" height="393" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCTOq2bcptxpi_GAgGSi8i0PJET-wsglpTYVa3OXr2tuT2qSh-qSU0ChPLpsr_xNB4OqMzcorA_-lBgi8HOfPdM53i_Nb9GScAcaucrIzgUJ_oowFiNPVz-UrQayCbXtDyqaaE3Q2kJnVZQqe3EHVAHZBa67X2ZmvUKCM7qv9xBCBIJlu8mbCx_ETtBQ/w524-h393/IMG_20220404_105057crop.jpg" width="524" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><br /></p><p><span style="font-family: arial;">E aqui estamos nós, de volta à velha casa, agora com visual mais sóbrio. </span></p><p><span style="font-family: arial;">Este espaço ficará, por enquanto, como a memória do antigo blog, a não ser que eu resolva voltar a escrever. </span></p><p><span style="font-family: arial;">Não obstante, já que me sinto em dívida, vou fazer mais um post: o da Casa 23, que está no rascunho desde 2018.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Depois disso, só mesmo se algum impulso ainda obscuro de escrever reaparecer com força.</span></p><p><span style="font-family: arial;">Obrigada a todo mundo que me acompanhou pela Psiulândia (nos dois endereços)!</span></p><p><span style="font-family: arial;">A gente se vê pelas redes.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-42938561618181461722019-03-21T13:57:00.000-03:002021-07-01T11:58:05.162-03:00Arqueologia recente<!--wp:paragraph--><br /><p>Eu sempre costumei guardar folhetos e ingressos de show e peças que assisti. Tenho documentos de quase tudo que já presenciei nesta vida.</p><p>Hoje, revisitando os guardados, encontrei o folheto de uma mostra de música na Unicamp, em 1979, quando eu ainda estava no segundo ano do curso de graduação em Letras. O Ciclo Básico fervia de alunos na hora do almoço, e ali tinha show, comício, assembléia e rodas de truco. </p><br /><div class="wp-block-image"><figure class="aligncenter"><img alt="" class="wp-image-1103" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/03/basico.jpg" /><figcaption>O prédio do Ciclo Básico da Unicamp</figcaption></figure></div><br /><p>A programação musical daquele mês de novembro incluía essa mostra:</p><br /><div class="wp-block-image"><figure class="aligncenter"><img alt="" class="wp-image-1101" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/03/photo_2019-03-21_16-23-05-756x1024.jpg" /><figcaption>Frente do folheto</figcaption></figure></div><p>No verso do folheto, estava a programação e, ali, uma curiosidade: a dupla Marcelo (Engenharia) e Cassiano (Ciências Sociais) apresentando suas composições próprias. </p><br /><ul class="wp-block-gallery aligncenter columns-1 is-cropped"><li class="blocks-gallery-item"><figure><img alt="" class="wp-image-1102" data-id="1102" data-link="http://www.psiulandia.com.br/?attachment_id=1102" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/03/photo_2019-03-21_16-23-06-1024x854.jpg" /><figcaption>Verso do folheto</figcaption></figure></li></ul><p>O Cassiano estudava no prédio do IFCH, vizinho ao meu, que era o IEL, e eu estava acostumada a vê-lo por ali, na cantina, nos intervalos das aulas.</p><p>Já o Marcelo eu não conhecia direito, porque era aluno de Exatas e não circulava pelos mesmos domínios que eu.</p><p>Naquele folheto, ninguém tinha sobrenome. </p><p>Mas eu me lembro que esse Marcelo, que ainda andava com suas próprias pernas, era o futuro escritor Marcelo Rubens Paiva. </p><p>Do show, não me lembro muito, mas tinha uma música de cujo refrão-chiclete ainda me lembro: "no Japão também tem pão". </p><p>O que terá sido feito de Cassiano? </p><br /><!--/wp:paragraph-->Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-76300094432953274462019-02-12T20:06:00.000-02:002021-07-01T12:01:25.992-03:00Milagres de fevereiro<!--wp:paragraph--><br /><p>Nos primeiros dias deste mês de fevereiro passei por algumas<br />experiências que confirmam um dos versos de Caetano Veloso de que mais gosto:<br />“quem é ateu e viu milagres como eu”. <br />Foram dias realmente miraculosos, esses dias de fevereiro na Bahia.</p><p>Tudo começou quando Carmem e eu finalmente decidimos viajar<br />para a Bahia a tempo de participar do encerramento da festa de Nossa Senhora da<br />Purificação, em Santo Amaro. Há algum tempo planejávamos participar da festa,<br />mas sempre algum imprevisto se apresentava.</p><p>Neste ano decidimos, meio de improviso, que iríamos.</p><p>Chegamos em Santo Amaro a tempo de presenciar o último dia<br />da novena da padroeira e reconhecer o território para os eventos do dia<br />seguinte, em que uma procissão encerraria os festejos.</p><p>No dia seguinte, pela manhã, lá estávamos nós, esperando<br />pelo primeiro evento da tradição: ver Maria Bethânia adornando a imagem de<br />Santa Bárbara que faria parte do cortejo. </p><p>Para quem não sabe, na procissão de Nossa Senhora da<br />Purificação acontece um desfile das imagens mais tradicionais das igrejas da<br />cidade, cabendo à imagem da padroeira o encerramento do evento.</p><p>Os devotos enfeitam seus santos de devoção para esse dia. No<br />caso de Santa Bárbara, os arranjos finais ficam por conta de Bethânia.</p><p>Vê-la bem de perto, em postura de devoção, arranjando as<br />rosas no andor e, por fim, colocando nas mãos de Santa Bárbara a espada e a<br />custódia de prata, foi o primeiro milagre da viagem.</p><br /><div class="wp-block-image"><figure class="aligncenter"><img alt="" class="wp-image-1087" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/02/P2020481.jpg" /></figure></div><br /><p>Acompanhamos depois o pequeno cortejo que levou a imagem de<br />Santa Bárbara ao ponto de partida da procissão. Bethânia carregou uma das varas<br />da charola até o final, sob o sol quente do meio-dia, pelas ruas de<br />paralelepípedos da cidade. Outro milagre, poder testemunhar essa caminhada<br />devocional.</p><!--wp:image {"id":1088,"align":"center"}--><br /><div class="wp-block-image"><figure class="aligncenter"><img alt="" class="wp-image-1088" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/02/P2020801-1024x768.jpg" /></figure></div><br /><p>Depois disso, Bethânia teve um momento privado com a imagem<br />de Nossa Senhora da Purificação. Por um outro milagre, tive o privilégio de<br />testemunhar a cena tão íntima, sobre a qual, por isso mesmo, guardo segredo.</p><p>Já ao cair da tarde, chegou finalmente a hora da procissão.<br />Enquanto esperávamos o início, pudemos – como tantas outras pessoas – ver<br />Bethânia ali na calçada, aguardando, como nós, que as imagens começassem seu<br />desfile. Uma foto do milagre:</p><!--wp:image {"id":1089,"align":"center"}--><br /><div class="wp-block-image"><figure class="aligncenter"><img alt="" class="wp-image-1089" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/02/P2021064.jpg" /></figure></div><br /><p>Quando a imagem de Nossa Senhora da Purificação passou por ali, Bethânia mais uma vez assumiu seu posto para ajudar a carregar o andor da santa. Esse momento igualmente miraculoso foi também muito confuso, pela aglomeração de pessoas, por isso não foi possível fotografar. Uso aqui uma foto cedida pela Carmem, que teve mais sorte que eu.</p><!--wp:image {"id":1090,"align":"center"}--><br /><div class="wp-block-image"><figure class="aligncenter"><img alt="" class="wp-image-1090" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/02/photo_2019-02-12_21-42-36red.jpg" /><figcaption>(foto Carmem Almeida)</figcaption></figure></div><p>Quando enfim, já de volta a Salvador, fomos assistir a<br />“Fevereiros”, o filme do Marcio Debellian, tudo fazia ainda mais sentido:<br />tínhamos acabado de testemunhar a repetição de grande parte das cenas que<br />aparecem na tela. </p><p>“Fevereiros” ainda teve a grandeza de encadear aos milagres<br />que tínhamos acabado de presenciar um acontecimento miraculoso passado: o<br />desfile de carnaval da Mangueira em 2016, que assistimos bem de perto no<br />Sambódromo.</p><br /><div class="wp-block-image"><figure class="aligncenter"><img alt="" class="wp-image-1092" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2019/02/P1170264.jpg" /></figure></div><p>A fala de Luiz Antônio Simas, relacionando o samba baiano<br />(especialmente o de Santo Amaro) ao carnaval carioca, foi o elemento<br />aglutinador dos milagres que vivemos em tempos diferentes: a Bethânia carnavalesca<br />no Sambódromo estava conectada indissoluvelmente à Bethânia devocional de Santo<br />Amaro. Outro milagre, enfim, operado<br />pela sabedoria muito brasileira do Simas.</p><p>Nesses tristes tempos que vivemos em nosso país, poder viver<br />esses milagres é um alento. Que venham outros.</p><br /><!--/wp:paragraph-->Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-25027134744565847162018-12-30T08:00:00.000-02:002021-06-28T17:43:03.689-03:00E assim se passaram dez anos!Não dá nem pra acreditar que já se passaram dez anos, desde que eu comecei este blog! Sim, eu decidi criar o Psiulândia no dia 30 de dezembro de 2008. Parece que foi outro dia mesmo, né?<br/><br/>Mas eu preciso confessar que 2018 foi muito difícil, e acabei deixando o blog de lado: a postagem anterior a esta foi já há um ano! Que vergonha!<br/><br/>Vamos ver se em 2019 eu consigo retomar com alguma regularidade...<br/><br/>Tem bastante novidade, inclusive no capítulo das séries.<br/><br/>Por enquanto, só posso agradecer a quem ainda passa por aqui e desejar que os maus presságios que temos para o ano que vem não nos desanimem. Resistir é preciso.<br/><br/>Sobreviveremos. E Psiulândia também sobreviverá. Assim espero.<br/><br/> <br/><br/><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2018/12/ball-1392599_960_720.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-1079" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2018/12/ball-1392599_960_720.jpg" alt="" width="960" height="640" /></a>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-16147127117632342772017-12-30T09:10:00.000-02:002021-06-28T17:43:03.329-03:00Adeus, 2017!Parece que finalmente 2017 tá acabando, né?<br/><br/>Para mim, foi um ano que poderia ser resumido num verso de uma canção de Fito Páez, chamada "<a href="https://youtu.be/wppkH51FD3I" target="_blank" rel="noopener">Zamba del cielo</a>":<br/><p style="text-align: center;"><strong><em>"La vida es este río de maravillas y de dolor"</em></strong></p><br/>Digo isso porque esse foi um ano cheio de coisa muito legais e coisa muitos ruins.<br/><br/>Vou lembrar das coisas boas:<br/><ol><br/> <li>Viajamos pela Índia e pelo Nepal.</li><br/> <li>Passamos uns dias como "moradoras" à beira do Lago de Garda, na Itália.</li><br/> <li>Conhecemos Quito, no Equador.</li><br/> <li>Fomos a Mendoza e tomamos muito vinho.</li><br/> <li>Comemorei meu aniversário de 58 anos almoçando num de meus restaurantes preferidos no mundo: El Mercado, em Lima.</li><br/> <li>Finalmente conseguimos ir a Machu Picchu, sem greve.</li><br/> <li>Carmem e eu conseguimos comprar um novo apartamento e para lá nos mudaremos em 2018 (mas vamos continuar também em Santos, no querido Edifício Enseada).</li><br/> <li>Minhas fotos foram parar no cd e no dvd de Maria Bethânia, "Abraçar e agradecer".</li><br/> <li>Minhas fotos também apareceram no livro "Então, Maria Bethânia", organizado por Bia Lessa.</li><br/> <li>Acho que sobrevivemos!</li><br/></ol><br/>Quanto às coisas ruins, não pretendo falar delas. Que fiquem em 2017. Só vou me lembrar de uma: escrevi muito pouco no blog - que aliás, completa hoje 9 anos de existência.<br/><br/>Que em 2018 haja muito mais postagens aqui e que seja um ano feliz pra todos nós!<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/12/IMG_20160101_241650579.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-1060" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/12/IMG_20160101_241650579-1024x507.jpg" alt="" width="740" height="366" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-48889824094756697472017-12-23T16:58:00.000-02:002021-06-28T17:43:02.998-03:00Cinderela tamanho GGNão sei se já contei aqui, mas calço sapatos de numeração entre o 40 e o 42 (depende da fôrma).<br/><br/>Ok, alguns parágrafos de silêncio para as piadinhas sobre tamanho do pé e preferências sexuais:<br/><br/>§<br/><br/>§<br/><br/>§<br/><br/>Pronto? Passou?<br/><br/>Continuemos.<br/><br/>Num post anterior (<a href="http://www.psiulandia.com.br/quadros-numa-galeria/" target="_blank" rel="noopener">aqui</a>), expliquei que, sendo uma mulher grande (leia-se alta e gorda), sempre olhei para roupas nas vitrines como quadros numa galeria: lindos mas impossíveis de comprar.<br/><br/>O mesmo acontece, em versão piorada, no que se refere a sapatos. As vitrines de calçados femininos nunca têm algo que me sirva. Meu único recurso sempre foi o de procurar, na vitrine masculina, algum sapato que fosse mais "versátil". Ou então me submeter aos preços altos das poucas lojas especializadas.<br/><br/>Ultimamente, porém, acho que as coisas estão mudando. Tenho conseguido achar sapatos femininos que me servem em lojas comuns. São poucos pares em estoque, quase sempre apenas de alguns modelos, mas, enfim, é um começo.<br/><br/>A Outer, por exemplo, tem feito muitos dos sapatos femininos até o número 40 e, dependendo da fôrma, eles às vezes me servem. Tomara que ampliem a grade da numeração ainda mais!<br/><br/>Mais um bom exemplo: hoje, passando por um quiosque de uma marca que eu não conhecia (So.Si), num shopping aqui de São Paulo, perguntei, meio que já querendo brigar, qual seria a numeração maior vendida ali. Já esperava a resposta de praxe, "39, senhora", mas o que ouvi me fez abrir um sorriso e a carteira: "41-42, senhora". E assim voltei pra casa com um par de sapatos novos para as festas de fim de ano!<br/><br/>Enfim, eu espero que esses exemplos sejam seguidos por outras marcas e as mulheres de pés grandes como eu tenham mais facilidade de andar calçadas. E não, este post não foi pago por nenhuma das marcas.<br/><br/> <br/><br/><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/12/cinderela.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-1052" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/12/cinderela.jpg" alt="" width="980" height="490" /></a><br/><br/> <br/><br/> Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-43751260476688799682017-09-11T13:54:00.000-03:002021-06-28T17:43:02.887-03:00Ceci n'est pas une pipeDurante muitos anos comecei minhas aulas, no início do semestre, no primeiro ano de Letras, com essa imagem já tão conhecida de René Magritte:<br/><br/><a href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/09/img_3596.jpg"><img src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/09/img_3596.jpg" alt="" width="837" height="580" class="alignnone size-full wp-image-1042"></a><br/><br/>Os alunos, inicialmente, ficavam tentados a achar outras imagens no quadro, pra justificar a frase "isto não é um cachimbo". Felizmente essa fase durava pouco e sempre alguém tinha aquele momento de iluminação: não é um cachimbo porque é um quadro que representa um cachimbo.<br/><br/>Uma representação de um cachimbo não é um cachimbo.<br/><br/>Parece óbvio, mas vivemos um tempo triste em que mesmo o óbvio tem de ser dito.<br/><br/>Uma pena que certos grupos não passaram por aulas tão básicas como essa.Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-27685774539931543132017-06-28T18:58:00.000-03:002021-06-28T17:43:02.666-03:00Cheiro de mexericaDia desses comprei algumas mexericas. Estavam saborosas, suculentas, cheirosas.<br/><br/>Enquanto comia uma delas, fiquei pensando bobagens: como era incrível poder ter ali na mão um gominho cheio de suco de tangerina, fresquinho, pronto pra ser consumido, sem grande dificuldade.<br/><br/>Tá, eu sei que tem gente comprando mexerica já descascada, pra facilitar o serviço e evitar aquele cheiro característico que fica impregnado nas mãos quando as descascamos. Mas, para mim, o aroma do sumo nas mãos é parte da coleção de sensações que essa fruta me proporciona.<br/><br/>O cheiro da casca, para mim, ativa sempre a lembrança do meu avô paterno. Explico.<br/><br/>Esse meu avô, que tinha sido seleiro, era um homem calado, meio voltado pra dentro. Andava pela casa sempre cantarolando canções que ninguém conhecia. Aquele murmúrio de bocca chiusa era uma das marcas da sua presença.<br/><br/>A outra era o cheiro do fumo de corda, que ele picava pacientemente nos dedos amarelados, antes de enrolar na palha o seu cigarrinho. Suas mãos sempre cheiravam a tabaco.<br/><br/>Mas na época das mexericas, o aroma de tabaco se misturava ao do sumo da casca da fruta, que ele comia aos poucos: guardava a tangerina meio comida numa gaveta em que ficavam suas coisinhas e de vez em quando tirava de lá um gominho, comia e depois pitava seu cigarrinho. A mexerica era sua "boca de pito".<br/><br/>Às vezes eu pegava um gomo pra mim e sempre me admirava de como a pele em torno dele ficava quebradiça e ressecada, de tanto tempo que a mexerica ficava guardada, aberta, na gaveta, mas mesmo assim o suco ali estava, prontinho pra matar a minha sede.<br/><br/>Como era na mesma gaveta que ele guardava o rolo de fumo e os demais apetrechos de seu ofício de tabagista, a tangerina ainda vinha com um leve aroma de tabaco, mas eu não ligava. Aquela mistura era, para mim, a identidade do meu avô.<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/06/voAtalicio.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-1029" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/06/voAtalicio.jpg" alt="" width="494" height="562" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-78673931499743366222017-05-12T16:47:00.000-03:002021-06-28T17:43:02.484-03:00Obrigada, professorAcho que não existe um professor de Literatura que não tenha uma dívida de gratidão para com Antonio Candido (sim, sem acentos, como ele mesmo assinava). Hoje, sabendo da sua partida, quero contar como minha carreira acadêmica em alguns momentos cruzou com a dele.<br/><br/>Antonio Candido não foi meu professor. Tive o prazer de assistir a algumas aulas avulsas e conferências suas, sempre muito instigantes. Por duas vezes, porém, ele esteve presente de modo decisivo na minha vida.<br/><br/>Uma delas foi quando decidi estudar Letras. Na verdade, cheguei à Unicamp e ao Instituto de Estudos da Linguagem matriculada no curso de Linguística (a mão do trema chega a tremer). Ao longo do primeiro ano, entretanto, soube que Antonio Candido estava montando o curso de graduação em Letras, tendo como docentes muitos de seus ex-orientandos.<br/><br/>Os matriculados naquele ano de 1978 puderam, ao final dos 2 primeiros semestres, optar entre Letras e Linguística. Escolhi a primeira e acabei integrando a turma pioneira naquele curso concebido por Candido e seus discípulos.<br/><br/>Por causa disso, sempre me senti um pouco "neta acadêmica" de Antonio Candido, já que fui aluna de seus alunos e orientanda de seus orientandos...<br/><br/>Anos mais tarde, prestei concurso e fui trabalhar na Unesp de Assis, justamente no Curso de Letras que, ainda no final da década de 50, Antonio Candido tinha ajudado a organizar.<br/><br/>Claro que, nos anos 90, a estrutura já estava muito diferente do havia sido nos anos 60, mas muitos de meus colegas mais velhos ainda se lembravam dos tempos em que o mestre lecionava ali. Candido sempre foi a grande referência para todos que passaram pela Faculdade de Ciências e Letras de Assis.<br/><br/>Foi ali que ele terminou de escrever a sua obra <em>Formação da Literatura Brasileira</em>, fato que está registrado nos volumes desse livro fundamental para todo estudante de Letras.<br/><br/>Em várias ocasiões, Antonio Candido deu depoimentos sobre os tempos em que viveu em Assis, sempre com uma evidente nostalgia daquele período: "todo mundo sentia que estava participando de uma grande aventura cultural", disse ele certa vez, quando lhe perguntaram sobre como tinham sido aqueles dias.<br/><br/>Infelizmente, nunca estive muito próxima de Antonio Candido, mas certa vez, em 2008, atrevi-me a enviar-lhe uma correspondência, pedindo-lhe alguma declaração sua sobre João Antônio, já que eu, naquela altura, era a coordenadora do acervo desse escritor, na Unesp.<br/><br/>À moda antiga, naqueles tempos que eram de comunicação por e-mail, o professor enviou-me uma carta manuscrita, que acompanhava um texto datilografado e corrigido à mão por ele mesmo, com uma breve apreciação sobre João Antônio. Guardo com carinho as imagens digitais do envelope e de seu conteúdo, já que os originais ficaram no Acervo do escritor na Unesp. São essas imagens que ilustram esta postagem.<br/><br/>Obrigada por tudo, professor.<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/05/ac.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-1016" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/05/ac.jpg" alt="" width="1019" height="445" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-69757399662537454942017-03-26T18:42:00.000-03:002021-06-28T17:43:02.252-03:00Ela e eu (7)Mais uma vez, retomo a narrativa das minhas aventuras no universo de Maria Bethânia, para contar de um novo encontro meu com a diva.<br/><br/>Foi assim: ainda no final do ano passado, Carmem e eu soubemos que haveria um show de Bethânia em Recife, em março de 2017. Show de Bethânia, viagem a Recife... pareceu uma excelente ideia! Assim que os ingressos começaram a ser vendidos, compramos os nosso, numa mesa bem posicionada no centro da imensa plateia do Classic Hall.<br/><br/>Os meses foram passando e finalmente chegou o dia de ver e ouvir Bethânia de novo. Lá fomos nós!<br/><br/>Em função da publicação das minhas fotos no cd, consegui com a produção da cantora pulseirinhas que, depois do show, dariam acesso ao camarim para mim e para Carmem. Ficamos animadas!<br/><br/>Aproveitei a excelente localização da nossa mesa para fazer fotos com a minha câmera nova e testar os recursos dela. Acho que consegui bons resultados. Para quem quiser ver, tem uma amostra <a href="https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10211601220322771.1073741954.1133612666&type=1&l=cbd2d99dc5" target="_blank">aqui</a>. O show foi maravilhoso, como de costume. Bethânia fez uma compilação de sucessos de sua carreira e o público vibrou muito, esquecendo completamente o pequeno problema técnico que houve no início, quando o sistema de som falhou.<br/><br/>Show encerrado, fomos para a entrada dos bastidores. Havia ali uma multidão, com e sem pulseiras, tentando entrar. Foi um sufoco, mas enfim conseguimos nossa admissão ao famoso camarim. Fui introduzida como "a fotógrafa das fotos do cd"! Diante dessa apresentação, Bethânia foi muito atenciosa: elogiou as fotos, disse que eu tinha um olhar especial para fotografar. Autografou cd e dvd e posou para uma foto comigo, tirada pela Carmem:<br/><br/><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/03/MBRecife.jpg"><img class="wp-image-1003 aligncenter" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/03/MBRecife.jpg" alt="" width="490" height="490" /></a><br/><br/>Aproveitei a ocasião para entregar para ela uma foto tirada na mesma casa, no final de 2015, em que ela aparece com Naná Vasconcelos, a quem ela tinha homenageado durante o show. Acho que ela gostou, pois a foto foi parar ao lado de outras que estavam ali diante do espelho: Mãe Menininha e Dona Canô.<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/03/IMG_20151205_244628294.jpg"><img class="alignnone wp-image-1004" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/03/IMG_20151205_244628294.jpg" alt="" width="621" height="523" /></a></p><br/>Ofereci também a Bethânia o livro <em>Anunciações</em>, de uma de minhas escritoras preferidas, a portuguesa Maria Teresa Horta. É uma espécie de romance em forma de poemas, todos sobre a anunciação feita a Maria pelo anjo Gabriel. Por causa do livro, acabei falando que sou professora aposentada de literatura portuguesa. Virei a professora-fotógrafa, nas palavras dela...<br/><br/>Como sei que Bethânia tem uma religiosidade singular, achei que gostaria desse livro. Espero mesmo que ela leia e goste!<br/><br/>Enfim, foi uma noite muito especial. Ser reconhecida pela minha cantora preferida como uma boa fotógrafa me deixou nas nuvens. Espero poder fazer ainda muitas fotos em seus shows! E, se possível, que elas possam ser apreciadas por Bethânia.<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/03/MBSombrinha.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-1005" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/03/MBSombrinha.jpg" alt="" width="1000" height="539" /></a></p><br/> <br/><br/> Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-80847867431104772342017-02-19T11:39:00.000-03:002021-06-28T17:43:01.747-03:00Com três mulheres, na ÍndiaTerminamos agora em fevereiro uma viagem de três semanas pela Índia e pelo Nepal. Foram dias muito intensos, com experiências que nunca vamos esquecer, tenho certeza.<br/><br/>Eu tinha muita vontade de conhecer a Índia, um desejo alimentado, no fundo, por 3 mulheres que me marcaram de alguma maneira. A primeira delas, claro, é Cecília Meireles.<br/><br/>Para quem não sabe, ela viveu muitos anos admirando a Índia e desejando conhecer o país. Chegou até mesmo a aprender um pouco de hindi, o idioma mais oficial do país.<br/><br/>Era grande admiradora do poeta e mestre Rabindranath Tagore, tendo inclusive traduzido um de seus livros para o português. Admirava também Gandhi, de quem escreveu uma pequena biografia. Quando o Mahatma foi assassinado, compôs uma longa elegia, lamentando sua morte.<br/><br/>Pouco depois, recebeu um convite para ir à Índia, participar de um congresso sobre Gandhi e receber o titulo de doutora honoris-causa pela Universidade de Nova Délhi.<br/><br/>Viajou pelo país, escrevendo crônicas para os jornais cariocas e, depois de voltar, publicou (em 1961) o livro Poemas escritos na Índia.<br/><br/>(Inspirada nela, talvez eu faça uma coletânea de fotos da Índia chamada "Fotos tiradas na Índia" 😀)<br/><br/>Reli tudo o que Cecília escreveu sobre a Índia, antes de vir, e fui relendo os poemas pelo caminho, para tentar enxergar através do tempo os lugares por onde ela e eu passamos.<br/><br/>A segunda mulher é também brasileira e sua maior relação com a Índia foi ter morrido ali: Leila Diniz estava a bordo do avião que, em 14 de junho de 1972, caiu próximo ao rio Yamuna, em Nova Délhi. Leila estava participando de um festival de cinema na Austrália (com o filme "Mãos vazias") e resolveu antecipar sua volta ao Brasil por saudades da filha recém-nascida, Janaína. Fazia um voo todo picado, que teria uma escala na Índia, mas o avião caiu pouco antes de pousar.<br/><br/>Eu era adolescente quando isso aconteceu. Fiquei muito chocada, como quase todas as pessoas no Brasil, e durante muito tempo colecionei reportagens sobre Leila.<br/><br/>Pousando e decolando do aeroporto em Nova Délhi, não tinha como não me lembrar de Leila Diniz.<br/><br/>Falando em aeroporto, chegamos à terceira mulher que esteve presente na minha lembrança durante esses dias: Indira Gandhi, que foi primeira-ministra da Índia em duas ocasiões (1966-1977 e 1980-1984) e que dá nome ao aeroporto de Nova Délhi.<br/><br/>Sua figura muito morena, com uma grande mecha branca nos cabelos escuros foi uma imagem muito presente na minha vida de leitora de revistas e jornais nos anos 70. Foi emocionante embarcar e desembarcar no aeroporto que leva o seu nome.<br/><br/>Indira, aliás, era filha de Jawaharlal Nehru, que era o primeiro-ministro da Índia em 1953, quando Cecília Meireles lá esteve. Há inclusive um poema de nossa poetisa dedicado ao pai de Indira, o que nos faz voltar à primeira mulher citada nesse post.<br/><br/>Assim, essas três mulheres andaram comigo pela Índia, me fazendo companhia fantasma, ao lado das três mulheres de carne e osso que lá estiveram comigo: Carmem (claro), Vilma e Rosemari. Excelentes companheiras de viagem! Obrigada por tudo, companheiras reais e virtuais!<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/02/img_2351-2.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-998" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/02/img_2351-2-1024x618.jpg" alt="" width="740" height="447" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-14897020044677214892017-01-09T18:42:00.000-02:002021-06-28T17:43:01.103-03:00Ela e eu (6)Como eu havia previsto, aqui estamos nós, com um sexto capítulo da minha história com Maria Bethânia.<br/><br/>Foi assim: em agosto de 2016, recebi um e-mail informando que Bia Lessa estava preparando um livro de fotos de Bethânia e que ela pretendia incluir fotos minhas na edição. O volume seria uma espécie de fotobiografia da cantora, com imagens de vários momentos de sua história.<br/><br/>Fiquei, é claro, muito empolgada com a possibilidade de participar dessa homenagem! Mandei as fotos que me pediram, com as informações sobre as circunstâncias em que elas foram feitas. Depois assinei um termo de autorização para a publicação e pronto: só me restava esperar!<br/><br/>Em dezembro, a primeira imagem do livro apareceu no facebook da autora, Bia Lessa, e acendeu a curiosidade de todos... Mas foi só em janeiro que as livrarias finalmente colocaram à venda essa preciosidade:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/01/lessa.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-976" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/01/lessa.jpg" alt="" width="960" height="540" /></a></p><br/><p style="text-align: center;">(foto emprestada do facebook de Bia Lessa)</p><br/>São mais de 350 páginas, com textos de Darcy Ribeiro, Josevanda Mendonça Franco, Maria Lúcia Monte e Jorge Mautner e muitas, muitas, muitas fotos!<br/><br/>Entre elas, estão três feitas por mim. Duas delas já tinham aparecido no cd e no dvd. São essas:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/01/dupla.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-977" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/01/dupla-1024x498.jpg" alt="" width="740" height="360" /></a></p><br/>A terceira foto incluída foi tirada no Canecão, em 2005, numa das vezes em que fui assistir ao show "Tempo tempo tempo tempo" e eu costumo chamá-la de "Topografia de Bethânia":<br/><br/><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/01/2005_0813_232300AB.jpg"><img class="size-large wp-image-978" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2017/01/2005_0813_232300AB-1024x768.jpg" alt="" width="740" height="555" /></a><br/><br/>Gosto muito desa foto e fiquei feliz demais em vê-la no livro!<br/><br/>A edição inclui muitas fotos de fãs e algumas de fotógrafos profissionais. Há muitas fotos de Thereza Eugênia, fotos icônicas de Bethânia que muitas vezes foram publicadas sem crédito, e agora finalmente estão identificadas no livro, fazendo justiça a uma fotógrafa de muitos momentos importantes da carreira de Bethânia. Uma ausência para lamentar é a das fotos de Marisa Alvarez de Lima, publicadas no esgotadíssimo livro <em>Maria Bethânia</em>, de 1981. Certamente a falta se deve a alguma impossibilidade de acordo editorial, mas é uma pena.<br/><br/>Enfim, ver meu nome ali, entre tanta gente boa, foi uma alegria enorme, sabendo que de alguma maneira ajudei a contar, em fotos, a história de Maria Bethânia. Um orgulho pra carregar pela vida toda.<br/><br/>Para terminar, quero dizer que quase coloquei no título desse post, depois do número 6, a anotação de que seria o capítulo final. Decidi, entretanto, não considerar que minha história com Bethânia esteja encerrada. Quem sabe o que o futuro nos reserva? :-) Vamos esperar que haja novos capítulos, mas por enquanto é só!Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-33112842216601862962016-12-22T16:00:00.000-02:002021-06-28T17:43:00.669-03:00Ela e eu (5)2016 começou com o desfile da Mangueira homenageando Maria Bethânia. Carmem e eu decidimos aproveitar a chance e ir ao Rio assistir tudinho diretamente do Sambódromo! Foi lindo, e foi a nossa estreia no carnaval carioca! E pra melhorar, a Mangueira foi a escola campeã de 2016. Não tinha pra ninguém! Se alguém ainda não ouviu o delicioso samba-enredo, tem <a href="https://youtu.be/n5SM8pCTPf4" target="_blank">aqui</a>.<br/><br/>Pouco depois, a gravadora de Bethânia, Biscoito Fino, começou a pedir aos fãs que enviassem fotos tiradas nos shows "Abraçar e agradecer" e nos demais eventos de homenagem à cantora, para que fossem incluídas no dvd que seria lançado. Mandei umas fotos e esqueci.<br/><br/>Em setembro deste ano, fui contactada pela produção de Maria Bethânia, que queria autorização para usar fotos minhas no dvd. Quase morri de susto! Estava viajando, recebi as mensagens pelo WhatsApp, e tive de movimentar pessoas em São Paulo para conseguir os arquivos originais das fotos para mandar para a Biscoito Fino. Imaginei que minhas imagens fossem integrar o conjunto das fotos de fãs no dvd e fiquei muito contente!<br/><br/>Agora em dezembro, porém, quando finalmente foram lançados o dvd e o cd ao vivo do show "Abraçar e agradecer", vi que 6 de minhas fotos estavam em ambos, com destaque. A contracapa do cd, por exemplo, tem uma foto minha. Ela se desdobra em outras, onde estão mais duas fotos minhas! No encarte, outras 3 fotos com o meu nome!<br/><br/>No dvd, minhas 6 fotos estão no encarte, uma delas nas páginas centrais. Além disso, 3 dos menus do dvd têm as minhas obras como plano de fundo... Podem imaginar como eu fiquei orgulhosa? Aí estão as fotos escolhidas:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/colagem-cd-dvd.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-967" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/colagem-cd-dvd-1024x1024.jpg" alt="" width="740" height="740" /></a></p><br/><p style="text-align: left;">Quando, naqueles longínquos anos da minha adolescência, eu iria imaginar que algum dia as minhas fotos estariam ilustrando um cd ou um dvd de Maria Bethânia? Às vezes até me belisco, pra ver se não estou sonhando!</p><br/><p style="text-align: left;">Bom, queridos leitores, a primeira temporada de posts termina por aqui. Mas me antecipo e anuncio que provavelmente em janeiro tem uma parte 6! Aguardem!</p><br/> Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-84082107335186860912016-12-21T16:00:00.000-02:002021-06-28T17:43:00.382-03:00Ela e eu (4)Em 2015, Bethânia comemorou 50 anos de carreira e, em 2016, os 70 anos de vida. Foram dois anos de muitos eventos.<br/><br/>Um deles foi a exposição de fotos "Maria de todos nós", que foi feita do Paço Imperial, de 3 de julho a 13 de setembro de 2015, organizada por Bia Lessa e Ana Basbaum. Recebi um aviso de que os fãs poderiam encaminhar arquivos de imagens para os organizadores, pois haveria uma sala só de fotos da cantora.<br/><br/>Mandei algumas, de vários shows, nem lembro quantas foram, no total. Foram selecionadas quatro, uma do "Brasileirinho", outra de "Tempo, tempo, tempo, tempo", uma de "Amor, festa e devoção" e a última do "Abraçar e agradecer":<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/colagem-1.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-961" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/colagem-1-1024x1024.jpg" alt="" width="740" height="740" /></a></p><br/><p style="text-align: left;">Quando a exposição foi aberta, eu ainda não sabia quais fotos minhas teriam sido escolhidas. E eu estava viajando! As primeiras notícias chegaram por amigos que foram lá e viram meu nome e minhas fotos. Assim que cheguei de viagem, corri para o Rio de Janeiro e lá estavam elas, entre outras muitas fotos de fãs. Essa aí do canto inferior direito, aliás, tinha grande destaque, impressa em tamanho grande e exposta bem no meio de uma das paredes, de frente para uma das portas de entrada. Fiquei felicíssima, muito orgulhosa de que as minhas fotos estivessem ali, expostas, numa das homenagens à Maria Bethânia, minha cantora preferida!</p><br/><p style="text-align: left;">Mas ainda havia mais surpresas pela frente, em 2016! No próximo post eu conto.</p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-1517470477460282432016-12-20T16:00:00.000-02:002021-06-28T17:42:59.747-03:00Ela e eu (3)Foram muitos shows, desde aquele primeiro "Imitação da vida". Numa contagem que fizemos aqui, foram quase 30, até o presente momento. Houve até um show em Buenos Aires, no Teatro Gran Rex, uma experiência única. Lembro-me de, ao final, ouvir de um argentino que tínhamos a melhor cantora do mundo em nosso país! Ah, e Caetano Veloso estava na plateia, bem pertinho de nós...<br/><br/>No "Brasileirinho", em 2004, comecei a fotografar durante o espetáculo. Lembro que fiz ali uma foto de que gosto muito, embora a câmera que usei não fosse das melhores:<br/><br/><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/2004_0424_002349AA.jpg"><img class="size-full wp-image-950 aligncenter" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/2004_0424_002349AA.jpg" alt="" width="640" height="480" /></a><br/><br/>Apesar da pouca qualidade da imagem, a foto fez sucesso na comunidade Maria Bethânia no extinto Orkut. Lá, fiz amizade com vários fãs da cantora e assim começamos a frequentar os shows em grupo. No final, sempre esperávamos pra ver se conseguíamos algum acesso ao camarim, para poder ver de perto nossa diva. Em 2005, pela primeira vez, consegui. Foi numa das vezes em que assistimos ao "Tempo, tempo, tempo, tempo", em São Paulo. Emocionante! Olha a minha cara de alegria:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/primeiro-camarim.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-951" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/primeiro-camarim.jpg" alt="" width="640" height="480" /></a></p><br/>Numa das últimas vezes em que estivemos no camarim, ela estava muito feliz. Foi em Recife, em dezembro de 2015, num dos shows do Prêmio da Música Brasileira. Foi uma noite linda, com Naná Vasconcelos na plateia e, no palco, muita gente boa, como Zélia Duncan, Chico César, Lenine e muito mais. Olha a nossa alegria:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/camarimRecife.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-953" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/camarimRecife-1024x783.jpg" alt="" width="740" height="566" /></a></p><br/>Em todos esses shows, sempre tirei muitas fotos, para meu próprio deleite. Em casa, organizava as fotos melhores em álbuns, que publicava nas redes sociais, para mostrar para meus companheiros admiradores de Bethânia.<br/><br/>Gosto de muitas fotos que fiz, mas nunca poderia imaginar o que aconteceu nestes anos de 2015 e 2016. Conto nos próximos posts.<br/><br/> Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-69578648683270145402016-12-19T15:54:00.000-02:002021-06-28T17:42:59.946-03:00Ela e eu (2)Mas voltemos um pouco no tempo, lá para o final dos anos 70, quando decidi estudar Letras. Eu havia me tornado fã de poesia. Claro que Bethânia, com seus poemas de Pessoa, tinha de certa forma contribuído para isso. Mas a minha grande paixão literária, como muitos já sabem, é Cecília Meireles. Foi por ela que decidi me dedicar aos estudos literários.<br/><br/>Naquele ano em que prestei o vestibular para Letras, 1977, Bethânia lançava o LP "Pássaro da manhã". Na primeira faixa, ela declamava o poema "Eros e Psiquê", de Fernando Pessoa. Ouvi tanto que, mais uma vez, decorei... Se quiserem ouvir, tem <a href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwi_45HXgv_QAhVJl5AKHbZ_BoAQyCkINjAA&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DEk6oNvhuBv0&usg=AFQjCNG-06jMI4z4rkYgbipbY41OhSmKLg&sig2=J304SKZnwIoxMelZsHQ55w" target="_blank">aqui</a>.<br/><br/>Em 1985, comecei a dar aulas em cursos de Letras nas faculdades particulares de São Paulo. Quando dei por mim, tinha virado professora de literatura portuguesa, principalmente. Entre os poemas que usava em minhas aulas, estava, claro, "Eros e Psiquê".<br/><br/>Em 1991, prestei concurso para professora de literatura portuguesa na Unesp, em Assis. Na prova escrita, mal consegui acreditar quando vi que o poema proposto para análise era justamente "Eros e Psiquê"! Não fui muito bem na prova didática, mas nessa prova escrita tirei uma nota altíssima. Provavelmente devo parte de minha aprovação no concurso à familiaridade com o poema que começou lá naquele ano de 1977, com o "Pássaro da manhã"...<br/><br/>Enfim, Bethânia foi sempre muito presente para mim, não só na música, mas também em matéria de poesia.<br/><br/>Numa das vezes em que pude conversar com ela no camarim (no próximo post falo mais dos shows), pedi-lhe que autografasse para mim o dvd em que ela declama Pessoa com Cleonice Berardinelli. Ela estava sentada e eu em pé. Contei-lhe que era também professora de literatura portuguesa e que, por isso, tinha Dona Cleo como referência profissional. Depois, pedi para tirarmos uma foto juntas e, para isso, fiz menção de me ajoelhar ao lado dela, para ficarmos na mesma altura. Ela interrompeu meu gesto e disse: "não se ajoelhe, para uma professora eu é que fico em pé". E assim fizemos essa foto, com o dvd pessoano na minha mão:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/camarim.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-956" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/camarim.jpg" alt="" width="960" height="960" /></a></p><br/>No próximo post, falo mais dos shows! Até lá!Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-17800632087139828632016-12-18T21:13:00.000-02:002021-06-28T17:42:59.334-03:00Ela e eu (1)Claro que eu me lembro de "Carcará". Não havia quem, naquele ano de 1965, não conhecesse pelo menos o verso "pega, mata e come", mesmo para uma criança de 5, 6 anos, como era eu naquele momento.<br/><br/>Depois segui ouvindo Maria Bethânia, provavelmente na vitrola de meus primos mais velhos. Mas o impacto seguinte aconteceu quando meu pai começou a comprar os fascículos da História da MPB, da Abril Cultural. No primeiro deles, dedicado a Noel Rosa, estava aquela voz diferente cantando "Três apitos", acompanhada só por um violão. Havia um momento até em que eu imaginava que ela ria, enquanto cantava os versos "Vou virar guarda-noturno / e você sabe por quê"... Ouvi muitas vezes, quase gastei o disco, que era de um formato intermediário entre o compacto e o LP, com 10 polegadas.<br/><br/>Pouco depois, quando foi lançado o "Drama 3° ato", comprei o LP com as economias da minha mesada. Foi um divisor de águas, para mim. Ouvi tanto aquele vinil que até minha mãe já sabia de cor as músicas. Um dia me disse que não entendia como eu gostava tanto daquelas músicas que, quando ela era jovem, tocavam no alto-falante do parque de diversões...<br/><br/>Foi com esse disco, também, que aprendi a gostar de Fernando Pessoa, mal sabendo que mais tarde seria professora de literatura portuguesa e até que faria uma tese sobre ele. Sabia de cor o poema 8 de <em>O guardador de rebanhos</em>, que ela declamava ali e que todos os fãs conhecem como o poema do Menino Jesus.<br/><br/>A partir dessa paixão pelo "Drama 3° ato", pus-me a buscar os discos anteriores. Virei fã de carteirinha. Morava em cidades do interior, como já contei <a href="http://www.psiulandia.com.br/tag/casas/" target="_blank">aqui</a> nesta série de posts, então nunca sequer sonhei em ver um show dela ao vivo.<br/><br/>Isso só foi acontecer em 1997, quando eu, morando no Rio de Janeiro, fui assistir, no lendário Canecão, ao show "Imitação da vida". Chorei do começo ao fim, inclusive porque, sendo um show de revisão da carreira, Bethânia cantava novamente algumas das canções do "Drama 3° ato", minha primeira paixão. E ainda declamava o mesmo poema do Menino Jesus!<br/><br/>De lá para cá, foram muitos outros shows, mas deixo pra contar num próximo post.<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/2016-12-17-14.39.15Crop.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-945" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/2016-12-17-14.39.15Crop-1024x625.jpg" alt="" width="740" height="452" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-87545513748839655542016-11-18T15:02:00.000-02:002021-06-28T17:42:59.216-03:00Toc toc... Tem alguém aí?Eu ando sumida demais daqui, e não sei a razão. Algumas suspeitas:<br/><ol><br/> <li>correria de fim de ano (que já começou em setembro);</li><br/> <li>Muita encrenca pra resolver no "mundo real";</li><br/> <li>Viagens e mais viagens;</li><br/> <li>Cenário político brasileiro;</li><br/> <li>Cenário político global;</li><br/> <li>Fratura da cabeça do úmero do braço esquerdo;</li><br/> <li>Etc.</li><br/></ol><br/>Mas na real, acho mesmo é que ando cansada de tanta opinião.<br/><br/>Dia desses passou pela minha timeline de alguma rede social um gif que resume muito da minha preguiça atual em emitir minha opinião, seja lá sobre o que for.<br/><br/>Coloco aqui, então, como a melhor definição do que acontece quando penso em escrever um post novo. É só clicar na palavra <a href="http://giphy.com/gifs/YQpg2V6TV3ReM" target="_blank">EU</a>.<br/><br/>Tomara que essa onda de desânimo passe logo. Até lá!<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/11/silencio.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-939" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/11/silencio-1024x449.jpg" alt="silencio" width="740" height="324" /></a></p><br/> Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-52543958025214491152016-09-01T13:34:00.000-03:002021-06-28T17:42:59.032-03:00Meninos, eu vi!Estou envelhecendo. Não, isso não é um problema para mim, mas a idade (e a memória ainda razoável) me colocam algumas vezes em situações engraçadas. A questão é que a grande maioria das pessoas com quem convivo nas redes sociais não viveram na mesma época que eu. Ou, então, parecem ter esquecido muito do que se passou nas últimas décadas.<br/><br/>Toda essa introdução é para dizer que, nesses dias turbulentos que estamos vivendo no Brasil, ouço às vezes alguns comentários que me deixam perplexa. Tenho sempre a vontade de dizer, com Gonçalves Dias, "meninos, eu vi!"<br/><br/>O mais comum é o daqueles que relativizam (ou pior, idealizam) a época da ditadura militar. Eu era ainda adolescente, mas me lembro bem do clima pesado, das prisões, dos "sumiços" de pessoas. E não, a vida não era mais fácil, ao contrário.<br/><br/>Entrei para a universidade em 1978 e acompanhei a fase da anistia, da abertura, da reconstrução da UNE.<br/><br/>Quando comecei a trabalhar na minha profissão, felizmente já vivíamos a fase do início da democracia, mas por outro lado convivíamos com a hiperinflação, um monstrengo herdado do falso milagre econômico propagado pelos militares.<br/><br/>Chegamos a ter inflação anual na casa dos milhares e, no mês, na casa das dezenas, cerca de 80% nos piores meses. A coisa era tão feia que o som ambiente dos supermercados era o das maquininhas de remarcar peço (não existia código de barra). Um produto subia de preço ao longo do dia, portanto era melhor ir logo cedo ao mercado.<br/><br/>Pegar o vale do salário era uma forma de antecipar um pouco as compras do mês e evitar a corrosão gigante do pagamento que chegava no início do mês seguinte. Qualquer reservinha financeira era bem aplicada em mantimentos para garantir a subsistência.<br/><br/>Desemprego? Tinha pra dar e vender. Não dava nem pra reclamar dos desmandos dos patrões. O meu, por exemplo (amiguinho dessa corja que está sempre no poder), pagava o nosso salário no dia 20 do mês seguinte, ou seja, eu recebia quase dois meses depois de ter trabalhado. Não dava pra reclamar, porque a demissão era certa.<br/><br/>Em 1987, a crise era tão grande que o presidente Sarney pediu moratória da dívida externa, ou seja, parou de pagar os juros que devíamos ao FMI. Em outras palavras, o Brasil decretou falência. Podem imaginar o tamanho da encrenca?<br/><br/>O salário mínimo, nessa época, valia menos de 100 dólares. Em 1990, por exemplo, valia exatos 58 dólares. Tem tudo na internet, em sites confiáveis, se você não acreditar em mim. <a href="https://brasilfatosedados.wordpress.com/2010/10/01/renda-salario-minimo-em-dolaru-evolucao-nominal-e-crescimento-percentual-por-mandato-1995-2010/" target="_blank">Aqui</a>, por exemplo, tem vários gráficos sobre a evolução do salário mínimo.<br/><br/>E assim fomos, de plano econômico a plano econômico, de inflação a hiperinflação até o início do Plano Real, já nos anos 90, quando as coisas começaram a melhorar, pelo menos no que se refere à inflação. Melhora no salário só viria depois da virada do milênio, com o mínimo chegando a mais de 300 dólares em 2014.<br/><br/>Por ter vivido tudo isso, fico um pouco espantada quando escuto as pessoas dizerem que o Brasil vive hoje a pior crise econômica de sua história. Sinceramente, ou vocês são muito mais novos do que eu ou perderam a memória. Pode estar difícil, mas nossa situação não é nem de longe semelhante às crises dos anos 70 a 90. E para saber disso, se a sua idade ou a sua memória não permitem, basta um pouquinho de pesquisa. Faz bem.<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/09/remarcadora-720x629.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-919" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/09/remarcadora-720x629.jpg" alt="remarcadora-720x629" width="720" height="629" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-45700782460255247992016-07-04T18:28:00.000-03:002021-06-28T17:42:58.785-03:00Das utilidades do aparentemente inútilVolta e meia aparecem pessoas perguntando, nas redes sociais, quem ainda usa o Swarm, como quem perguntasse quem ainda usaria o videocassete, nesses dias de <em>streaming </em>e<em> torrent</em>.<br/><br/>O Swarm, pra quem não conhece, substituiu, em determinadas funções, o FourSquare, que tinha virado modinha uns tempos antes. Em ambos os casos, trata-se de uma rede social que vai registrando os lugares onde vamos através de <em>check in</em> no aplicativo, mas parece que muita gente que usava o Foursquare não gostou da mudança para o Swarm.<br/><br/>Eu usava o primeiro e continuei usando o segundo, e vou explicar minhas razões, pois acho que outras pessoas podem também achar as utilidades que descobri ali. Vou enumerar algumas.<br/><br/>Em primeiro lugar, ele possibilita que a gente saiba na hora se tem algum conhecido seu nas imediações. Nesse aspecto, o aplicativo já nos proporcionou encontros inesperados e adoráveis. Foi assim, por exemplo, que eu pude dar um último abraço no meu amigo Senshô, quando descobrimos que estávamos ambos em Congonhas (Mal sabia eu que dali a dois meses ele teria partido de vez)...<br/><br/>Foi assim também que encontramos a querida Lúcia Malla (do excelente blog <a href="http://www.luciamalla.com/blog/" target="_blank">Uma Malla pelo mundo</a>), num hotel vizinho ao nosso, nas imediações do aeroporto de Cumbica e pudemos matar um pouco a saudade da nossa amiga que mora no Havaí. Outras amigas volta e meia aparecem por perto de nós, como a Flávia (a @ladyrasta do Twitter), com quem sempre esbarramos pela cidade. Enfim, é uma ferramenta super útil para encontrar os amigos sem combinação prévia.<br/><br/>Outra utilidade bem bacana do Swarm é ajudar a gente a se lembrar dos lugares onde esteve, já que o histórico do aplicativo fica sempre lá, à sua disposição, pra ajudar as velhinhas desmemoriadas como eu.<br/><br/>Esse histórico tanto pode ser acessado numa ordem cronológica, por data, quanto por localização geográfica. Vou explicar melhor, mostrando alguns exemplos de telas.<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.48.46.jpg"><img class="alignnone wp-image-896" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.48.46-626x1024.jpg" alt="2016-07-04 13.48.46" width="442" height="723" /></a></p><br/>Aqui, por exemplo, dá pra ver os lugares onde fui no dia 21 de maio: almoço no Ritz, uma manifestação política na Casa de Portugal, uma pizza na Veridiana e show da Rita Benneditto no Sesc Consolação! Ufa, foi um dia cheio, mas com um monte de coisas legais...<br/><br/>Mas digamos que um belo dia eu tento me lembrar como se chamava aquele café bacana onde nós tomamos água de Valência em Valência mesmo! Se eu lembro em que dia foi isso, fica fácil, pois é só correr a linha do tempo e bingo, lá está o dito cujo, Café de las horas:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.50.23.jpg"><img class="alignnone wp-image-892" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.50.23-646x1024.jpg" alt="2016-07-04 13.50.23" width="448" height="711" /></a></p><br/>Mas e se eu não me lembro da data? Entra aí uma funcionalidade que eu adoro no Swarm: a geolocalização. Acho que muita gente nem se dá conta de que aquele mapinha ao fundo do seu perfil não é fantasia, já que ele aponta todos os lugares do mundo em que você já esteve. Olha ele aí, ainda escondidinho:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.44.19.jpg"><img class="alignnone wp-image-901" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.44.19-636x1024.jpg" alt="2016-07-04 13.44.19" width="409" height="659" /></a></p><br/>Se a gente clica nele, olha o que acontece:<br/><br/> <br/><br/><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.44.46.jpg"><img class="alignnone wp-image-893" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.44.46-698x1024.jpg" alt="2016-07-04 13.44.46" width="366" height="537" /></a> <a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.45.21.jpg"><img class="alignnone wp-image-894" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.45.21-704x1024.jpg" alt="2016-07-04 13.45.21" width="369" height="537" /></a><br/><br/>É um mapa-múndi de todos os lugares por onde passei e fiz <em>check in</em> no Swarm! Não é legal demais? E nem precisa ficar lá naqueles aplicativos do Facebook montando seu mapa de viagens... Já está prontinho no Swarm!<br/><br/>Aí então fica fácil, já que é só dar um zoom no mapa e achar a cidade onde fica o café de cujo nome não me lembro, e lá está ele:<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.53.04.jpg"><img class="alignnone wp-image-898" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/2016-07-04-13.53.04-654x1024.jpg" alt="2016-07-04 13.53.04" width="390" height="611" /></a></p><br/>Essas 3 funcionalidades, para mim, já justificam o uso do Swarm. Nem ligo para as tais prefeituras que a gente conquista quando vai muitas vezes num mesmo lugar e menos ainda para as tais moedinhas que nos dão se fizermos mais <em>check in</em> que nossos amigos.<br/><br/>Eu acho, aliás, que essas coisinhas só estimulam a competição e acabam atrapalhando o uso mais prático do Swarm, já que as pessoas às vezes saem pela rua loucamente fazendo <em>check in</em> em locais pelos quais apenas passaram em frente e daí não vão conseguir, mais adiante, lembrar em que lugares de fato estiveram... Mas cada um sabe de si, né?<br/><br/>Não estou aqui pra criar regras de uso do Swarm, mas sim pra explicar porque eu considero que ele é um aplicativo útil, apesar de muita gente pensar o contrário. É só experimentar pra ver!<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/hqdefault.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-904" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/07/hqdefault.jpg" alt="hqdefault" width="480" height="360" /></a></p><br/> Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-34822825157538387972016-06-13T13:07:00.000-03:002021-06-28T17:42:58.497-03:00Atacado ou varejo?Na madrugada de ontem, 12 de junho, 50 pessoas foram mortas por fuzilamento numa casa noturna em Orlando. Era uma boate gay, final da noite de temática latina, e quando todos tomavam a saideira, um homem entrou e começou a atirar. Só parou quando foi morto pela polícia, depois de matar 49 e ferir 53 dos presentes ali.<br/><br/>Mais tarde, o pai do matador disse à polícia que tudo havia começado em abril, quando Omar Mateen teria ficado muito irritado ao ver dois homens se beijando num aeroporto. Embora o EI tenha aproveitado a chance para assumir a autoria do atentado, não há evidências até aqui de que o assassino tenha agido por qualquer outra razão além de sua própria homofobia.<br/><br/>Em pleno domingo de dia dos namorados no Brasil, amanhecemos com essa notícia terrível. Muita gente se manifestou, com razão, lamentando o ocorrido. Revolta, tristeza, solidariedade foram os sentimentos mais constantes entre os meus amigos e conhecidos nas redes sociais (e eu me incluo).<br/><br/>Mas eu gostaria de levar a discussão um pouco mais adiante, e lembrar que no início deste ano, o Grupo Gay da Bahia divulgou seu relatório anual sobre o assassinato de homossexuais no Brasil. (Os últimos relatórios, incluindo o de 2015, podem ser acessados <a href="https://homofobiamata.wordpress.com/estatisticas/relatorios/2015-2/" target="_blank">aqui</a>). Lá podemos ler que foram 318 assassinatos, sendo que aproximadamente a metade se refere a homens homossexuais. O segundo grupo mais atingido é o de travestis, seguido pelo das lésbicas e dos bissexuais.<br/><br/>Ou seja, a cada ano, no Brasil, temos mais de 6 vezes mais mortes de homossexuais do que as que ocorreram ontem em Orlando. E sabe quem se compadece disso? Muito menos gente do que as que lamentaram o trágico episódio de ontem.<br/><br/>Mortes no atacado comovem mais do que mortes no varejo? Talvez. Mas o que causa todas elas é a mesma homofobia cotidiana. Essa mesma que se alimenta de piadinhas preconceituosas, de religiões fundamentalistas, de ódio, de intolerância para com a diferença, de discursos conservadores de políticos truculentos.<br/><br/>Se você apóia qualquer uma dessas manifestações, sinto dizer que suas mãos estão manchadas não só do sangue das 50 vítimas de ontem, mas também das que morrem no varejo de quase todos os dias do ano, no Brasil.<br/><br/>Se a homossexualidade não te agrada, não pratique. Simples assim. E deixe que cada um viva suas preferências em paz.<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/06/arcoirissangue.jpg"><img class="alignnone size-full wp-image-879" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/06/arcoirissangue.jpg" alt="arcoirissangue" width="960" height="541" /></a></p><br/> <br/><br/> Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-11773702534178773892016-06-01T07:30:00.000-03:002021-06-28T17:42:57.885-03:00Sobre limites e respeitoDia desses, conversando com uma amiga, falávamos de como é difícil reconhecer nossos próprios limites de aceitação da diferença.<br/><br/>Ela, também homossexual e mais ou menos da minha idade, contava que teve algum contato com praticantes do poliamor e, diante deles, chegou à conclusão de que não era capaz de entender como era possível viver uma relação amorosa assim, com tantas pessoas ao mesmo tempo.<br/><br/>Segundo ela, ao constatar esse seu bloqueio, lembrou-se de seu pai, que não era capaz de entender o amor entre pessoas do mesmo sexo, e se sentiu retrógrada como ele.<br/><br/>Diante disso, eu (que, aliás, também tenho sentimentos semelhantes em relação ao poliamor) pensei que todos nós temos algum limite de compreensão da diferença, é praticamente inevitável. O que fazer então?<br/><br/>Em primeiro lugar, acho que devemos assumir que temos, sim, um limite e que não necessariamente temos de lutar contra ele.<br/><br/>O que não podemos, eu penso, é considerar tudo que está para além desse marco como ilegítimo, intolerável, inadmissível. Eu posso não querer viver aquilo que outra pessoa vive, mas isso não me dá o direito de condenar quem escolhe viver assim.<br/><br/>Essa, para mim, seria a diferença entre minha amiga e seu pai. Ele não entendia o amor entre iguais e, por isso, reprovava quem vivia essa experiência. Ela pode não entender quem vive o poliamor, mas respeita quem escolhe viver assim.<br/><br/>Faz toda a diferença. Se conseguirmos reconhecer que temos limites, sim, mas que eles não nos autorizam a julgar quem está para além deles, a convivência entre os humanos será bem melhor.<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/diferente.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-872" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/diferente-1024x572.jpg" alt="diferente" width="740" height="413" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-72210213011175952772016-05-27T19:56:00.000-03:002021-06-28T17:42:57.635-03:00Pelo fim da cultura do estuproEu não conheço nenhuma mulher que não tenha tido alguma experiência de abuso sexual. Eu mesma, que nunca correspondi aos padrões de beleza e daquilo que se considera feminilidade, já passei por alguns.<br/><br/>Na época da hashtag #primeiroassedio, relatei que eu devia ter 5 anos de idade quando um homem adulto enfiou a mão na minha calcinha enquanto eu escolhia um doce pra comprar no armazém ao lado de casa.<br/><br/>Eu acho que a gente acaba assimilando tanto essa rotina das investidas indesejadas dos homens que às vezes nem se dá conta do quanto elas são demonstrações de poder dos homens sobre os corpos das mulheres.<br/><br/>A cultura do estupro está tão entranhada em nossa existência que nem nos damos conta dela.<br/><br/>Para ilustrar, quero contar uma experiência que vivi quando morava em Campinas e estava fazendo faculdade, no final dos ano 70.<br/><br/>Foi assim: eu ia visitar uma amiga, numa noite de chuva. Era cedo, acho que em torno das 8 da noite. Ela morava relativamente perto de casa, dava para ir a pé, mas havia um trecho meio deserto, onde antes passava a linha do trem. Os trilhos foram removidos e nada foi construído ali, só havia mato. A rua que ligava meu bairro ao dela passava por esse local.<br/><br/>Exatamente ali, um homem se aproximou de mim, me agarrou pelo braço e pôs a mão entre as minhas pernas. Eu dei um grito que era mais um urro. Virei o guarda-chuva aberto na direção dele, para me defender. Não sei até hoje o que fez com que ele me deixasse escapar e correr para a casa da minha amiga.<br/><br/>Eu cheguei lá tremendo e chorando e contei tudo para ela. Talvez com a intenção de fazer uma brincadeira e me acalmar, ela me disse algo que me chocou e de que nunca me esqueci: "Não chora, Ana, da próxima vez você consegue que ele vá até o fim". Ainda hoje, quando me lembro, a frase me faz mal.<br/><br/>Era uma brincadeira, eu sei, mas pra mim mostra muito como nós mesmas podemos ver os nossos corpos estando a serviço do desejo masculino. Ou seja, nós mesmas podemos alimentar a cultura do estupro, que em algum momento se volta contra nós e nós destrói.<br/><br/>Já passou da hora de darmos um basta nisso.<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/img_1_34_6916.png"><img class="alignnone size-full wp-image-868" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/img_1_34_6916.png" alt="img_1_34_6916" width="500" height="500" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-20984437050174090072016-05-23T10:00:00.000-03:002021-06-28T17:42:57.332-03:00Ações práticas de feminismoEu li um post do Buzzfeed que achei interessante: <a href="https://www.buzzfeed.com/irangiusti/10-coisas-que-os-homens-podem-fazer-para-apoiar-o-feminismo?utm_term=.rnM474Nbr#.xhDBvBPQn" target="_blank">10 coisas que os homens podem fazer para apoiar o feminismo</a>. Recomendo a leitura pra todos, homens e mulheres.<br/><br/>Pra mim, o texto me levou a pensar em algumas decisões que tomei já há algum tempo e que são parte da minha colaboração por um mundo mais justo para as mulheres. São as seguintes:<br/><ol><br/> <li>Procuro sempre votar em mulheres. Claro que não deixo de lado o aspecto ideológico, mas, entre os candidatos que correspondem aos meus valores, escolho mulheres como destinatárias dos meus votos.</li><br/> <li>Dou preferência para profissionais do sexo feminino, quando preciso de algum serviço. Quando preciso de médicos, por exemplo, primeiro busco por mulheres naquela especialidade. Ou dentistas. Ou fisioterapeutas. Ou qualquer outro serviço de que eu precise: primeiro mulheres.</li><br/> <li>Remunero a minha faxineira com pagamento acima do valor que ela me pede.</li><br/> <li>Enquanto trabalhava, sempre briguei por mais mulheres no ambiente de trabalho e tive mais orientandas que orientandos.</li><br/> <li>Sempre que possível, aviso que não gostei quando aparecem comentários ou piadas ou comportamentos machistas perto de mim.</li><br/> <li>Tento não falar mal de outras mulheres. Esse talvez seja o aprendizado mais difícil e confesso que ainda tenho dificuldades para manter o propósito, mas estou tentando melhorar.</li><br/></ol><br/>São medidas pequenas, mas acho que assim dou a minha contribuição para um mundo mais igualitário.<br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/ponte.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-864" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/ponte-1024x552.jpg" alt="ponte" width="740" height="399" /></a></p>Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4710438044101384292.post-62568437109693799582016-05-19T13:35:00.000-03:002021-06-28T17:42:56.888-03:00Eles venceram - por enquantoEu sempre tive dificuldade de me ver representada pela imensa maioria dos personagens de nossa classe política. Minha percepção é a de que vereadores, prefeitos, deputados estaduais, governadores, deputados federais, senadores e presidentes são invariavelmente aqueles homens de meia idade, com barrigas de prosperidade que se derramam sobre os cintos das calças de seus ternos. Carecas ou exibindo cabelos implantados (quase sempre tingidos), com todos os dentes brilhando na boca, esses homens me provocam uma sensação de aversão. Há algo de venal na maneira como olham, como falam, como se movem. Essa exibição de prosperidade e poder me parece obscena, ainda mais se consideramos o país em que vivemos.<br/><br/>Lembrando de um antigo manual de redação do tempo da escola, fiz um exercício de livre associação com uma foto recente desses seres:<br/><br/> <br/><p style="text-align: center;"><a class="lightbox" href="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/IMG_0488.jpg"><img class="alignnone size-large wp-image-859" src="http://www.psiulandia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/IMG_0488-1024x678.jpg" alt="IMG_0488" width="740" height="490" /></a></p><br/> <br/><br/>Por tudo isso ando um pouco triste. São eles que agora mandam de fato no nosso país. Estamos à mercê deles.<br/><br/>"Eles venceram e o sinal está fechado pra nós", diria Belchior.<br/><br/>Mas sempre há as exceções que me fazem sentir representada: a velha deputada de cabelos brancos, o deputado gay, a senadora negra. Nesses, sim, consigo me enxergar. É com eles que conto e é com eles que luto para chegar a novos tempos.Anahttp://www.blogger.com/profile/05681179842341576417noreply@blogger.com12